sábado, 24 de novembro de 2012

Viagem reflexiva

Estou devendo mais viagens de verdade nesse blog. Tenho muitas impressões de viagens para compartilhar e fotos bonitas para mostrar. Mas ando muito reflexiva e no momento as viagens para dentro estão ocupando mais espaço na minha vida. Ainda estou aprendendo a lidar com novas ideias e novos ideais. E o pior, estou tendo que reaprender a lidar com as pessoas dentro desse meu novo paradigma. E está bem difícil, eu diria. Hoje li um post no blog da Lola que caiu como uma luva: era um depoimento que tinha muito a ver com o momento que estou vivendo, e me fez parar para pensar um pouco mais.
Acho que sempre fui sensível às injustiças do mundo. Mas algumas fichas custaram a cair. Não percebia o quanto o mundo ainda é injusto e desigual com nós mulheres. Tá, no Oriente Médio é bem óbvio. Isso eu era capaz de perceber. E no Brasil? Aqui já é bem mais sutil (assim como o racismo). Mas cheguei a estudar na faculdade de Direito que mulheres ainda ganham menos que os homens. E que profissões como a de empregada doméstica são tão desvalorizadas (inclusive na nossa Constituição) por serem quase que exclusivamente femininas.
Essas informações meio soltas começaram a se organizar na minha mente bem recentemente. Um blog aqui, uma comunidade ali, um livro acolá e pronto: estava feito o "irremediável estrago" - uma mudança bem radical na forma de ver o mundo. Não tenho mais como voltar atrás. Não tenho como pensar diferente. Considero que sou outra pessoa. Só que as pessoas ao meu redor são as mesmas e continuam pensando igual a antes. Como lidar com isso? Como não me indignar com comentários machistas que escuto sobre nós mulheres? Como fingir que não somos tratadas como objetos? Como não notar que valorizam a nossa beleza em detrimento de outros atributos mais importantes? Está aí na TV, nas bancas de jornal, na "cantada" que recebemos na rua, na fala das pessoas próximas, em todo canto, pra quem quiser ver. Mas é muito sutil e nem todos vêem. É tão sutil que a gente pensa que não existe. É tão sutil que nos desvaloriza sem que cheguemos a perceber.

2 comentários:

  1. Debs, um tempo atrás, ao viver a mesma situação, li algo que resume muito bem esse estado de espírito relatado por você:

    "A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original." (Albert Einstein)

    Não é mesmo? Bjs!!!

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