sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Viagem midiática

"Na história, não é novidade que o ser humano se torna passivo e frágil diante de um sistema social com o poder de submetê-lo a ideologias fabricadas de acordo com seus interesses. Dessa forma, crenças tão arraigadas, vividas como verdades indiscutíveis, vão sendo incutidas nas pessoas que as defendem como se fossem suas.
Os valores de uma sociedade são, na maioria das vezes, tão imperiosos que determinam até desejos. Não questioná-los é permitir sua influência autoritária. É abrir mão da autonomia e, impotentes, se deixar manipular como marionetes." (Regina Navarro Lins, A Cama na Varanda, pág 132).

Estou adorando esse livro. Acabei de ler esse trecho e estou aqui fazendo uma pausa para reflexão. O livro trata da construção histórica de conceitos como amor romântico, casamento, amor materno...  Conceitos que são tidos como "naturais", inerentes ao ser humano mas que na verdade foram construídos para servir ao propósito de manter o poder dos homens e a submissão das mulheres.

Assisti anteontem "Miss Representation", um documentário que mostra que a representação que a mídia cria da mulher limita sua atuação na sociedade. A mulher é vista como objeto, o que gera uma desvalorização de todos seus atributos como ser humano. 

A mídia é uma poderosa fábrica de ideologias. Se historicamente o sistema social sempre submeteu as pessoas a seus interesses, quem dirá atualmente, com todo o poder de que a mídia dispõe. Isso me assusta, e muito.

Tem um livro que trata desse assunto também que é "O mito da beleza" (Naomi Wolf). Também estou querendo lê-lo, mas tenho problemas em ler livros no computador. Acho que vou acabar comprando o livro "físico" mesmo. Pelo subtítulo já dá pra ter uma ideia melhor do conteúdo: "como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres". 


3 comentários:

  1. Debs, excelente texto! Muito bom também esse trecho do EXCELENTE livro da Regina Navarro. Esse livro, na minha opinião, é obrigatório, tanto para homens quanto para mulheres. Funciona como uma abertura da nossa visão, fazendo com que deixemos de ter uma visão estreita, limitada, principalmente em relação a sexualidade humana e relacionamentos.
    Confesso que depois que eu li esse livro, vários valores e conceitos que tinha na minha mente foram completamente desconstruídos... o "problema" é que depois dessa desconstrução, é meio complicado se "reconstruir" em novas bases...rsrs!
    Bjs!

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  2. Concordo plenamente! Excelente livro para arejar as ideias! Ultimamente tenho visto como fui conservadora e até mesmo machista durante boa parte da minha vida... Mas, enfim, sempre é tempo de resgatar uma visão crítica sobre o mundo e de se libertar de amarras sociais!

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  3. Sem dúvida! Nunca é tarde para revermos nossos conceitos...

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